Este foi o maior acontecimento da História: o Verbo se fez carne e habitou entre nós.
Este foi o maior acontecimento da História: o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. Somos convidados a esperar Jesus que vem no Natal e que vem no final dos tempos.
O Natal de Jesus se aproxima, então devemos esperar o Salvador com a mesma expectativa que o esperaram os Patriarcas, os Profetas, a Virgem Maria, São José, os reis Magos, o velho Simeão: “Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Por que os meus olhos viram a vossa salvação” (Lc 2,29).
Os Profetas anunciaram a vinda do Senhor com riqueza de detalhes: Nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi. Seu Reino não terá fim… Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena.
“Mas tu, (Belém), Éfrata, embora o menor dos clãs de Judá, de ti sairá para mim Aquele que será dominador em Israel” (Mq 5,1).
Isaias indicou o seu sinal: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma Virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14).
Sofonias faz o povo se alegrar: “Canta de alegria cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo coração, cidade de Jerusalém. O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, Ele está no meio de ti… O Senhor teu Deus está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; Ele exultará de alegria em tí, movido por amor” (Sof 3,14-18).
Malaquias indica o precursor que prepararia o seu povo para sua chegada: “Eis que envio o meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará a seu tempo o Dominador… Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o Dia do Senhor, dia grande e terrível” (Mal 3,1-4.23-24).
Isaias fala de sua grandeza e da beleza do Reino messiânico:
“Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor. (Sua alegria se encontrará no temor ao Senhor.) Ele não julgará pelas aparências, e não decidirá pelo que ouvir dizer; mas julgará os fracos com equidade, fará justiça aos pobres da terra, ferirá o homem impetuoso com uma sentença de sua boca, e com o sopro dos seus lábios fará morrer o ímpio. A justiça será como o cinto de seus rins, e a lealdade circundará seus flancos. Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi. A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide. Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte, porque a terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar. Naquele tempo, o rebento de Jessé, posto como estandarte para os povos, será procurado pelas nações e gloriosa será a sua morada” (Is 11, 1-10).
Isaías exortou o seu povo a ter ânimo porque Ele vem:
“Dizei àqueles que têm o coração perturbado: Tomai ânimo, não temais! Eis o vosso Deus! Ele vem. Eis que chega a retribuição de Deus: ele mesmo vem salvar-vos. Então se abrirão os olhos do cego. E se desimpedirão os ouvidos dos surdos; então o coxo saltará como um cervo, e a língua do mudo dará gritos alegres. Porque águas jorrarão no deserto e torrentes, na estepe” (Is 35,1-6).
“Porque um Menino nos nasceu, um filho nos foi dado, Ele recebeu o poder sobre seus ombros, e lhe foi dado este Nome: Conselheiro – Maravilhoso, Deus – Forte, Pai – Eterno e Príncipe – Da – Paz” (Is 9,5).
Então, a Igreja nos ajuda a preparar o coração para a sua chegada. Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém.
A cada domingo acende-se uma das velas, que representam as várias etapas da salvação. As velas acesas simbolizam nossa fé, nossa alegria. Elas são acesas em honra de Jesus que vem a nós. Deus, a grande Luz, “a Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo” (Jo 1,9), nós O esperamos com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz. Simbolizam as grandes etapas da salvação em Cristo: A vermelha que simboliza o perdão a Adão e Eva e a nossa fé. A verde, representa a esperança dos Patriarcas. A rosa (roxo claro), simboliza a alegria do rei Davi, o rei que simboliza o Messias. A branca simboliza os Profetas, que anunciaram um reino de paz e de justiça que o Messias traria.
“É o tempo favorável, o dia da salvação”, de se arrepender dos nossos pecados e preparar o coração para o encontro com o Senhor. A celebração do Advento exige a mudança de mentalidade, correção de tudo que está na contramão do Evangelho em vista à busca da santificação pessoal.
É uma oportunidade de meditarmos em nossa fé; nossa opção religiosa por Jesus Cristo; nosso amor e compromisso com a Santa Igreja Católica.
Dois aspectos marcam o tempo do Advento: a preparação próxima para o Natal e a lembrança viva do retorno glorioso de Cristo. Jesus alertou: “Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas só o Pai” (Mt 24,36). Peregrina nesta terra, a Igreja aguarda a vinda triunfal do “Dia do Senhor!” (1 Cor 1,8;5,5).
O Papa Bento XVI disse que: “O Advento nos chama a aproximar-nos, quase na ponta de pés, da gruta de Belém, onde se realizou o acontecimento que mudou o curso da história: o nascimento do Redentor”. “Mas a pergunta é: a humanidade do nosso tempo espera ainda um Salvador? Tem-se a impressão de que muitos consideram Deus fora dos seus interesses. Aparentemente não precisam d’Ele; vivem como se Ele não existisse e, ainda pior, como se fosse um “obstáculo” a superar para se realizarem a si mesmos. Também entre os crentes temos a certeza há quem se deixa atrair por quimeras aliciantes e distrair por doutrinas desviantes que propõem atalhos ilusórios para obter a felicidade”.“Sem dúvida, falsos profetas continuam a propor uma salvação a “baixo preço”, que termina sempre por gerar violentas desilusões”.
Celebrando cada ano este mistério, a Igreja nos exorta a renovar continuamente a lembrança de tão grande amor de Deus para conosco. A vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os seus contemporâneos, mas que a sua eficácia é comunicada a todos nós se, mediante a fé e os sacramentos, e orientar nossa vida de acordo com os seus ensinamentos.
A Igreja deseja ainda ardentemente fazer-nos compreender que o Cristo, assim como veio uma só vez a este mundo, revestido da nossa carne, também está disposto a vir de novo, a qualquer momento, para habitar espiritualmente em nossos corações com a profusão de suas graças, se não opusermos resistência.
Santo Irineu (†200) disse que: “Com a vinda de Cristo, Deus torna-se visível aos homens”. São Máximo, bispo de Turim, dizia: “Enquanto estamos para acolher o Natal do Senhor, revistamo-nos com vestes nítidas, sem mancha. Falo da veste da alma, não da do corpo. Vistamo-nos não com vestes de seda, mas com obras santas! As vestes vistosas podem cobrir os membros mas não embelezam a consciência”.
Nascendo entre nós, que o Menino Jesus não nos encontre distraídos ou comprometidos simplesmente a embelezar com iluminações as nossas casas. Ao contrário, preparemos na nossa alma e nas nossas famílias uma habitação digna onde Ele se sinta acolhido com fé e amor.
Prof. Felipe Aquino
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